Promessa de vida no seu coração
Viemos ao Porto para começar uma vida nova. As imagens, lugares e cores ao chegar são todas inéditas e encantadoras. Com certeza um novo (novos) horizonte (s).Um dos maiores problemas meu com S.Paulo era exatamente a falta de horizonte, num sentido bastante amplo.Aqui falo da linha do horizonte mesmo, para limitar o assunto a uma paisagem, um skyline.No Porto um belíssimo horizonte, o rio a se perder de vista, o céu muito azul.
O nosso lugar para o novo é marcadamente um lugar que prima pelo antigo: Uma das mais antigas cidades da Europa. Patrimônio da Humanidade.
A arquitetura tão charmosa dos predinhos magros de quatro andares e fachadas de azulejos é herança do que foi uma burguesia comercial rica e anti-palaciana.
Um olhar mais atento pela cidade e já se percebe que uma quantidade significativa de prédios, inclusive no centro histórico, está em ruínas, ou com sinais fortes de degradação, principalmente pelo tempo. Há prédios que sustentam somente uma fachada e outros abandonados inteiros - com móveis dentro, inclusive - como esse aqui em frente de casa, que escolhi como meu objeto de observação e representação pelo desenho.
Meu instinto adormecido de historiada começa a tentar localizar no tempo o momento do abandono, bem como buscar possíveis razões para tanto. Aproveito para um outro movimento de resgate e volto a desenhar exatamente sobre o tema dessa ruína, dessas casas abandonadas.
Identifiquei algumas imagens da “água de março”, embora nossa temporada de chuvas aqui seja no inverno. Já tento convencer o Bruno a fazermos um pequeno clip, ou um curta sobre minhas novas e originais imagens que a musica me fez associar aqui.
Ficaria mais claro e interessante nesse momento se eu tivesse a expor imagens, não palavras.
Por enquanto, deixo essa experiência.
“É pau, é pedra, é o fim do caminho, é um resto de toco é um pouco sozinho” (...).