quarta-feira, 6 de julho de 2011

Gente Humilde



“Felicidades sem limites”

“ Felicidades sem limites”, foi como a gentil proprietária do nosso apartamento nos entregou as chaves. Dessa vez sermos brasileiros facilitou o engraçamento, nos dispensou de fiadores. Havia aqui antes de nós 2 outras brasileiras também a estudar. E os filhos dos proprietários moram no Brasil também. Pronto.
“Oi cariocas!” è como o Sr. Aníbal, o proprietário nos saudava. Fã do Brasil,ficou admirado de não conhecermos o Pantanal...(está passando aqui a novela Araguaia, eles acham o pantanal lindo....) e que podemos demorar 4h de viagem de avião, de S.Paulo a S.Luis, e ainda estar em território nacional. Para eles que moram em França, não devem ter levado mais de uma hora pra cruzar 2 países até lá.
França, América e África foram os lugares que mais acolheram os refugiados portugueses, que fugiam da pobreza e opressão da época de Salazar. Brasil e Venezuela também são destinos comuns. Muitos voltaram, trazendo senão riqueza, uma situação de vida melhor.Os que voltaram de guerras coloniais foram recolocados na sociedade pelo governo, outros não querem saber de voltar...

Exportação

Aquela alegria de pegar todas as malas, e o computador, veio tudo.Ufa. Hora de passar na policia federal, fomos para a fila dos “ nada a declarar”, revistaram nossas malas curiosos e estupefatos com a quantidade de coisas que traziam para 2 meses de turismo...Nós dois tentando enrolar, os casacos porque não estamos habituados ao frio, vamos fazer muitas viagens por aqui...trouxemos presentes para familiares....só num colou mesmo o I Mac de 21’5 polegadas do Bruno....é...não podia ser bagagem normal de turista.....e fomos nós barrados e convocados para a salinha do Chefão da P.F.
Nossa ingenuidade burra foi o que facilitou a cordialidade do big boss, q nos explicou bem mastigadinho que o que estávamos a fazer era exportação, que ultrapassamos o valor permitido, que deveríamos ter declarado etc...etc...etc...e que deveríamos pagar...
Durante mais de uma hora (depois das 10h de vôo, sem comer!), o camarada nos explicou de leis , acordos comerciais e também sobre boas e más intenções.
Ele, ser iluminado, entendeu que não tínhamos a intenção de burlar o sistema (não tínhamos mesmo), e se sensibilizou com nossa cara de fome e cansaço, nos concedendo um desconto pra lá de generoso na taxa que deveríamos pagar e pagamos.


Era nosso primeiro contato com a burocracia e nos safamos pela carinha de bom moço inocente que temos. By the book, e de acordo com a própria explicação do seu  moço, deveríamos ter preenchido papéis, ter anexado a nota fiscal, ter aberto o computador para verificação, e pago bem mais. Mas não, era nossa primeira experiência com a burocracia portuguesa nos dizendo que aqui vale a arbitrariedade, além de carisma, claro.

Um comentário:

  1. Bica, vc já está bem "aportuguesada", hein??????
    " a estudar" e " a fazer"....kkkkk adorei!!!!!
    Gostei muito da aventura inicial do casal, q sufoco!!!!!
    Beijos

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